Ás vezes.. só ás vezes ninguém me vê...
Quando estou no meu cantinho, no meu quarto, quando escrevo a sangue no chão... sangue que não se vê...
depois ha segundos, minutos, pedaços de tempo que parecem nunca terminar... e lágrimas amargas que teimam em deslizar...
Não nessas alturas ninguém me vê...
Ninguém me vê em segredo sozinha, no meio da multidão enquanto sorrio...
Ninguém me vê no pedaço de folha que escrevo e risco e transformo no meu mundinho...
Ninguém vê aquele pedacinho que chora sozinho de inveja talvez... inveja do passado que foi tão feliz, inveja do futuro que ainda não veio, ansiosa de tornar a sorrir com brilho nos olhos, ansiosa de não ter de pedir que me abraces talvez...
E ninguém me vê naquele segredo que conto a mim mesma para que possa ter força, aquele pedaço de força que finge que já não chora todos os dias, para que parem de julgar que entendem...
E ninguém me vê quando a chuva cai no meu caminho, escorre fria na minha pele desliza suave até aquecer no meu corpo, ninguém vê nesses momentos sozinha em que tento falar mas ninguém percebe, e disfarçado só sai um sorriso fingido sem querer,não é para esconder... é só para que não tenham de ver o meu coração que se parte na mesma por causa de uma ilusão...
Ninguém me vê nesse pedacinho que chora em segredo de saudade do que passou e que tenta todos os dias secar o que chorou...
cada lágrima... esquecida um dia...